sábado, 26 de dezembro de 2015

Artista

Leia-me
Com esses olhos de poesia
Me toque 
Como uma nona sinfonia 

Me olhe 
Como se observa um quadro 
Me pinte 
Pedaço por pedaço 

Me rabisque 
Com curvas de sedução 
Me molde 
Com as suas mãos 

Me rege 
Mantendo a harmonia 
Me canta 
Como a voz que fascina 

Me mostre o que interessa 
Como se fosse o último ato 
Da nossa peça.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Pecados Noturnos

Toda noite é essa guerra
Travada dentro de mim
Não é amor e dor
Pois desses dois eu me cansei
      
O que me dói mesmo,
Fome                       
O que sinto mesmo,
Preguiça
  
A fome sempre bate vigorosa
Forte e robusta
querendo me levar à mesa

A preguiça já chega de mansinho
Como quem pede carinho    
E atenção
    
Sempre é esse dilema
A fome esquenta
E a preguiça esfria

Por demais, a preguiça vence
Mas com a fome latente
Eu choro sem emoção

Quando a fome vence
A preguiça mente
E eu faço tudo sem devoção 

Dois pecados capitais
Que de forma sagaz
Sambam na minha harmonia

E no fim das contas
Nessa vida ambígua
De quem me ganha
Se é a fome ou a preguiça 
   
Eu tento esquecer meu coração.