quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Destino

Ei senhor destino
Sente-se aqui ao lado
Vamos conversar

Quem lhe dá o direito 
De me jogar aos leões
E depois que eu venço 
Você vir me matar?

Não me venha com desculpas    
De infortúnios do senhor tempo
É você quem cria os meus lamentos.
                                                      
Quando for rodar a vida
Não  me jogue aos leões novamente
Me deixe latente
E mostre novas decepções    

Eu sei que tudo isso é complicado
Mas o gasto do passado
Já não me cabe mais  

Traga-me novas histórias
Com outras glórias
E veros infortúnios         

Então meu caro destino,
Por aqui estamos conversados
Espero que a vida tenha novos atos
E outros infinitos.

sábado, 3 de outubro de 2015

Leão de Neméia

Essa capa de fera
Que cobre o exterior
Não demonstra o horror
Que guardo nas entranhas
                                                        
Nessa guerra travada
Entre eu e o herói
As minhas garras me cortam
Como um algoz

E nessa autofagia      
Que corrói dentro de mim
Minhas sequelas querem
O fim.

Lua de Sangue

Eu sou a lua
Branca alva e crua
Você é a sombra
A dor que me cobre
É essa energia errônea

Nas andanças que a vida faz
Você me cobre
Me eclipsa
Me eleva ao céu da morte

Com essa dor cravada
Eu sangro como a lua  
Minha alma aos ragos
Mostra o risco vermelho
Que escorre pelos olhos

Nas tantas lembranças de nós dois
Eu só vejo o depois
Do meu coração
Coberto por sombra e dor
Coberto por você.